"Que vosso coração não se perturbe. Credes em Deus, crede também em mim. Na casa do meu Pai há muitas moradas; do contrário, Eu vos teria dito. Eu vou para preparar-vos um lugar, pois onde Eu estou quero que também vós estejais". (Cnf. Jo. 14,1-20) Lembro muito bem, que em certa ocasião, escutei uma pregação na qual se afirmava veementemente que não se sabe para onde vão nossos mortos. Nós, cristãos, porém, temos a convicção de que eles vão para a morada do Pai. Como seria triste viver uma doutrina, seguir um caminho e dizer que não sabemos para onde este caminho nos leva.
Que sentido teria o dom da ciência que nos dá a certeza das coisas divinas, que nos ajuda a entender os mistérios de Deus? Para nós, que seguimos o Cristo, e que cremos em sua palavra, temos indicativos claros para afirmar que as pessoas que partem desta terra têm um destino, e não um fim, ou, então, Jesus Cristo teria mentido, pois Ele afirmou: "Quem crer em mim, mesmo que morra viverá, aqueles que o Pai me dá, Eu não os desprezarei, quem come minha carne e bebe meu sangue terá a vida eterna, Eu os ressuscitarei; os que o Pai me deu, ninguém tira da minha mão, não se perturbe o vosso coração, na casa de meu Pai há muitas moradas, se não fosse assim, Eu vos teria dito; vou preparar-vos um lugar". Será que estas palavras não valem?
É preciso deixar bem claro que a doutrina católica nos diz que ninguém se salva por si, por sua vontade e nem pela vontade dos outros. Ninguém se salva apenas pelas suas boas obras, mas pelo dom gratuito de Deus; a salvação é vontade de Deus, é Deus que quer que estejamos com Ele. O próprio Jesus disse: "a vontade do meu Pai é que Eu não deixe perecer nenhum daqueles que Ele me deu. Eu vim fazer a vontade do Pai". Deus quer que estejamos com Ele, isso é o fundamental. Nossas boas obras realmente nos engrandecem, aperfeiçoam-nos e nos dignificam, mas não seriam suficientes para alcançarmos a vida em Deus se Ele não desejasse. Claro que quando se juntam a vontade de Deus e a nossa vontade temos ainda mais certeza e confiança de que poderemos ser salvos.
Esse assunto se evidencia e nos chama a atenção, porque estamos, mais uma vez, lembrando nossos falecidos. Nós não os procuramos aqui entre nós, nem os imaginamos debaixo da terra. Acreditamos que eles estejam no coração de Deus. Sim, nossos mortos vão para Deus, estão com Deus. E ter essa certeza, permite-nos viver com mais serenidade, mais confiança de que vivendo bem, cuidando-nos uns dos outros. Respeitando as leis e cultivando nossos valores, estamos nos preparando aqui para viver na eternidade a promessa de Cristo. Essa é a nossa esperança. Portanto, nesta data que comemoramos o Dia dos Finados, para nós, os cristãos, é o dia da Esperança.